Módulo 01: Os primórdios do mangá - Aula 10: Hishikawa Moronobu
No post da semana passada falei de forma bem resumida as primeiras 5 aulas do curso A história COMPLETA do mangá sobre antigos movimentos artísticos que servem de base para minha pesquisa e concatena em uma "linha do tempo" que faz sentido dentro da evolução da mídia quadrinizada japonesa. O post desta semana, começo a explicar, de forma muito breve, algumas das aulas seguintes dentro do curso. Eu poderia me alongar falando dos assuntos mas aí você não se sentiria na curiosidade de adquirir o curso e aprender mais sobre as pessoas e títulos que foram importantes na formação do quadrinho japonês. Sem mais delongas vamos ao que importa: Moronobu!
Dentro do que comentei rapidinho no post passado, o Ukiyo-e foi uma forma artística, podemos dizer, revolucionária pois permitia a rápida "impressão" de objetos artísticos. Com essa facilidade, era muito mais fácil fazer cópias de uma mesma imagem. Neste período, século XVII, a imagem estava atrelada ao texto dentro dos livros de literatura. A ideia do "texto X imagem" vinha desde os emakimonos, rolos de seda com ilustrações pintadas e escritas, com o maior uso do papel e facilidade de escrita e veiculação de livros, a prática migrou para o papel e para o formato que remete mais ao que chamamos hoje de livro.
Exemplo de imagem atrelada ao livro. |
A ilustração era feita através da xilogravura, ou seja, o uso de uma placa de madeira, talhada com alguma forma que viria a se tornar o desenho. Em comparação rápida, um espécie de carimbo. A imagem ficava atrelada ao texto e ao suporte e, por isso, tornava-se pouco acessível àqueles que não adquiriam o objeto. Até aí, ok... não é muito diferente do que se tem hoje em edições especiais e/ou comemorativas. Porém, em dado momento, ele aparece, aquele que é o assunto desta postagem, aquele que... simplesmente... TIRA a ilustração do livro e a deixa "solta" no mundo: Hishikawa Moronobu [菱川師宣].
Não vou entrar em detalhes de quando, onde e quem foram seus pais, vocês podem achar as informações no curso :D porém ele traz esta remoção. A figura avulsa agora tem valor, seja ele artístico, mercantil ou colecionável. Vale mencionar que Moronobu não cria o ukiyo-e, e sim matura o estilo e cria tendências que seriam exploradas aos montes por artistas futuros. Nessa época a ilustração era monocromática, geralmente o pigmento preto era usado nas imagens e tal técnica fica conhecida como sumizuri-e [墨摺絵]. Inclusive, dá até para considerar que Moronobu "roubava", já que em algumas imagens ele coloria a mão DENUNCIA!!!
Ali em meados de 1600, Moronobu começaria um intenso movimento artístico no Japão da maneira mais acidental possível. Com o passar do tempo novas técnicas, uso de cores, estilos e funcionalidades do ukiyo-e foram aparecendo, mas isso só vamos comentar nos próximos posts.
Exemplo de imagem sem ter relação com o livro. |
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Novidades acerca do curso:
- Nada de muita coisa aconteceu, continuo lendo novos materiais que encontrei desde que fiz o módulo 4 e estou os lendo. A revisão do módulo está sendo feita junto com estas leituras de livros que encontrei. No fundo é uma tarefa muito arenosa, quando você acha que está tudo certo e que pode prosseguir, você retoma diversas vezes por descobrir novos e interessantes assuntos. A vida de pesquisa não é mole, mas compensa algumas vezes;
- Estou na minha última semana ministrando (a versão resumida do curso) o curso de extensão pela UnB acerca da história do mangá. Faltam 2 aulas e cheguei nos anos 60. Agora é falar de shoujo, mangá de terror e correr para encerrar os últimos 300 slides a tempo;
- Não editei mais os vídeos do módulo 03 (canseira) e gravei o último vídeo do ano para o canal do Youtube e os primeiros vídeos de 2025. Vou focar neles.
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